Funcionamento
Ao invés de usar o antigo filme, as câmeras digitais possuem um dispositivo contendo sensores eletrônicos (chamado de CCD) que converte a luz em bits. Os bits são manipulados digitalmente de forma a gerar a imagem final, podendo ser previamente visualizada em uma monitor na própria câmera (na parte traseira) e, após clicada, a imagem é salva num cartão de memória, sendo possível sua manipulação direta por um computador. Há hoje em dia diversos modelos. O preço normalmente é diretamente proporcional à quantidade de pixels da foto (número de pontos que os sensores eletrônicos utilizam pode gerar a imagem final), à qualidade e à quantidade de recursos da câmera. Quanto maior a quantidade de pontos (pixels) maior é o tamanho da imagem final.
Resolução, cartão de memória, consumo de energia
Dentre os fatores que determinam a qualidade final da imagem gerada a quantidade de pixels é um dos principais. Dentre os demais fatores podemos citar a qualidade da lente utilizada e os circuitos eletrônicos utilizados para leitura da luz, foco, etc.
Normalmente as impressões são feitas utilizando-se 300 dpi de resolução. Uma câmera de 2 Mp gera uma imagem de 1600 x 1200 pixels. Assim, se a resolução é 300 dpi (dots per inch, ou pontos por polegada), a largura da foto final, em cm é:
2,54 cm..........................300
x .....................................1600
x = 1600 x 2,54/300 = 13,54 cm
A quantidade de pixels é comumente chamada também de resolução, já que mede a quantidade de pontos em uma foto.
Ou seja, uma imagem gerada numa câmera com resolução de 2 Mp mede 13,54cm x 10,16 cm. Desta forma, uma foto gerada nesta resolução e impressa em formato 10 x 15 não sofrerá perda de qualidade. Mas se esta mesma foto for impressa no tamanho 13 x 18 vai haver perda de qualidade na impressão, uma vez que os pontos deverão ser "distanciados" uns dos outros para preencher um tamanho maior. Neste caso poder ser que visualmente seja verificada esta perda, que é mais perceptível quanto maior for o tamanho impresso.
Assim, se o fotógrafo normalmente imprime fotos somente no tamanho 10x15 cm uma câmera de 2 Mp é o suficiente. Se costuma ampliar as fotos em 13 x 18 ou 20 x 25, uma câmera de 3.2 Mpixels é suficiente, e assim por diante. Atualmente até as câmeras compactas mais baratas já possuem mais do que 10Mp.
Algumas câmeras incluem uma memória interna para armazenar as fotos geradas que, no entanto, é de pequena capacidade. É necessário então inserir um cartão de memória para que seja possível gravar uma quantidade suficiente de fotos. O tamanho que cada foto ocupa pode variar um pouco, dependendo dos detalhes que a foto contém, e do grau de compactação utilizado. As câmeras normalmente permitem a gravação das fotos em arquivos com extensão JPG (além de outros formatos), os quais permitem a seleção do grau de compactação desejado. Além disso, as câmeras permitem a seleção de resoluções menores que o limite da câmera. Muitos usuários configuram seus computadores para 1024 x 768 pixels. Assim, muitas câmeras permitem a geração de fotos com 1 Mp de resolução para fotos a serem visualizadas em computadores, já que a foto nesta resolução ocupa o tamanho exato da tela do monitor. Alguns modelos ainda permitem a geração de fotos com resolução menor (640 x 480 pixels) para uso no ambiente de internet, onde arquivos com resoluções maiores geram mais lentidão de processamento. As câmeras são normalmente conectadas ao computador pela porta USB, e acompanham um software para transferência dos arquivos contidos no cartão para o computador. Após a transferência pode-se apagar o cartão e reutilizá-lo para novas fotos.
Outra característica marcante em câmeras digitais é o alto consumo de pilhas. Alguns modelos utilizam baterias recarregáveis, outras permitem a utilização de pilhas pequenas comuns, alcalinas ou recarregáveis de Níquel-Manganês (Ni-Mn).
O número de fotos que podem ser batidas com estas baterias depende basicamente do grau de utilização do flash, do monitor (desligando-o e utilizando o visor há uma economia considerável de energia), e da "potência" das pilhas utilizadas. Se forem utilizadas pilhas recarregáveis de 3000 mAh (miliampéres por hora) será possível tirar mais fotos do que se utilizar pilhas de 2000 mAh. Após o término da carga é necessário recarregar as baterias. É conveniente possuir mais de um jogo de baterias, mantendo-se um jogo sempre carregado.
Que modelo comprar?
Há diversos modelos de câmeras digitais à venda. E constantemente são lançados novos modelos. O modelo mais adequado ao usuário vai depender dos seus objetivos na fotografia, e da sua disponibilidade financeira. Se quer somente registrar momentos, basta uma compacta. Se quer algo mais artístico, uma compacta avançada pode ser a melhor opção. Se deseja fazer trabalhos mais técnicos e variados, uma reflex é a solução (ver aula 3 do curso para maiores detalhes sobre este tipo de câmera). Mas esta escolha depende muito do que o fotógrafo vai necessitar utilizar para tirar suas fotos. Segue abaixo uma descrição das principais características de cada tipo de máquina. Assim, fica mais fácil o usuário escolher o modelo mais apropriado.
As compactas geralmente são pequenas fisicamente, possuem lentes fixas, ou possuem lentes zoom (zoom ótico) que aproximam e distanciam a imagem (ver aula 4 do curso para maiores detalhes sobre as lentes). As que possuem lentes fixas geralmente contém o zoom digital que, ao contrário do zoom ótico, gera perda de qualidade na imagem. O zoom ótico "distancia" os pixels uns dos outros, piorando a qualidade final. Possuem flash embutido com pequeno alcance, e não permitem utilização de flash auxiliar (não possuem sapata nem ligação de cabo de sincronismo). Em geral não permitem a regulagem manual de abertura do diafragma e velocidade do obturador, com exceção de alguns modelos (ver aula 6 do curso para maiores detalhes sobre a medição da luz). Normalmente pode-se somente aumentar ou diminuir a exposição automática, em gradações pre-definidas. Em algumas publicações este recurso é chamado inadequadamente de modo manual. Alguns modelos possuem modos programados como cenas noturnas, pôr-do-sol, interiores, etc.
As compactas avançadas podem possuir sapata para conexão de flash externo, lentes com maior qualidade, e que permitem encaixe de filtros. Permitem a regulagem manual de abertura do diafragma e velocidade do obturador. Pode ser a melhor opção para um amador avançado, ou até mesmo para um profissional, dependendo de sua área de atuação.
As reflex digitais possuem as mesmas características das reflex convencionais, com lentes intercambiáveis. As resoluções normalmente são superiores às compactas avançadas. Alguns modelos são feitos com material mais resistente (alumínio, por exemplo). Alguns modelos permitem conexão com um flash externo por cabo de sincronismo, além de sapata.
Há diversos sites que fazem comparações entre modelos de câmeras, ilustrando inclusive fotos que auxiliam na avaliação da qualidade final da câmera. Assim fica mais fácil o usuário escolher o modelo que mais de agrada, considerando os recursos e a qualidade da foto gerada. Um bom site é o www.dpreview.com.
Recursos e problemas
- Permitem tirar fotos a curta distância (macro), como, por exemplo, a 5 cm do objeto. Isto permite a geração de fotos de insetos com uma boa aproximação. Veja foto abaixo tirada em modo macro. Sua resolução foi reduzida para não demorar a visualização na página.
Foto 33
Local: Bara do Piraí - RJ
Máquina: Nikon Coolpix 3100 (compacta amadora de 3.2 Mp)
Objetiva: Nikkor 38-115
- Disparo automático de diversas fotos em sequência, além de possibilitar a geração de uma foto com diversos quadros em sequência. Veja foto abaixo tirada utilizando este recurso. Sua resolução foi reduzida para não demorar a visualização na página.
Local: Bara do Piraí - RJ
Máquina: Nikon Coolpix 3100 (compacta amadora de 3.2 Mp)
Objetiva: Nikkor 38-115
- Disparo automático de diversas fotos em sequência, além de possibilitar a geração de uma foto com diversos quadros em sequência. Veja foto abaixo tirada utilizando este recurso. Sua resolução foi reduzida para não demorar a visualização na página.
Foto 34
Local: Miracema - RJ
Máquina: Nikon Coolpix 3100 (compacta amadora de 3.2 Mp)
Objetiva: Nikkor 38-115
- Disparo de uma série de fotos em sequência e seleciona automaticamente a melhor da série, considerando foco, nitidez, cores, etc.
- Permitem criar outra foto a partir de um trecho de uma foto já tirada.
- Gravam vídeos (a maioria grava com som também, até mesmo estéreo).
- Seleção de sensibilidade (ASA). Em alguns modelos esta seleção é automática. (ver aula 5 do curso para maiores detalhes sobre a sensibilidade dos filmes).
Um problema que ainda ocorre em câmeras digitais compactas é o tempo de registro da foto após o momento que aperta-se o botão. Muitas vezes o assunto principal (uma criança, por exemplo) sai do enquadramento correto entre o tempo que aperta-se o botão de disparo e o momento em que a cena é registrada pela câmera.
Outro problema nas câmeras digitais é o "ruído" visível em fotos tiradas em ambientes com pouco iluminação, onde é utilizada uma sensibilidade maior. Veja foto abaixo, onde nota-se ruído nos trechos escuros. Sua resolução foi reduzida para não demorar a visualização na página.
Foto 36
Local: Niterói - RJ
Máquina: Nikon Coolpix 3100 (compacta amadora de 3.2 Mp)
Objetiva: Nikkor 38-115
Outra característica negativa das câmeras digitais ocorre nos modelos reflex. Devido ao fato do sensor CCD ser normalmente menor que um fotograma a distância focal das lentes é amplificada. Ou seja, uma lente de 100 mm passa a ter distância focal de 160 mm, por exemplo. Existem câmeras que o sensor é "full frame", ou seja, do mesmo tamanho e formato de um fotograma 35 mm. Neste caso as lentes funcionam com sua distância focal original.
Arquivos em formato RAW
Local: Niterói - RJ
Máquina: Nikon Coolpix 3100 (compacta amadora de 3.2 Mp)
Objetiva: Nikkor 38-115
Outra característica negativa das câmeras digitais ocorre nos modelos reflex. Devido ao fato do sensor CCD ser normalmente menor que um fotograma a distância focal das lentes é amplificada. Ou seja, uma lente de 100 mm passa a ter distância focal de 160 mm, por exemplo. Existem câmeras que o sensor é "full frame", ou seja, do mesmo tamanho e formato de um fotograma 35 mm. Neste caso as lentes funcionam com sua distância focal original.
Arquivos em formato RAW
Algumas câmeras (as mais avançadas) permitem a geração de arquivos no formato .RAW (e não apenas .JPG). Trata-se de um arquivo que contém a totalidade dos dados da imagem tal como ela foi captada pelo sensor. Ou seja, eles não sofrem a compressão utilizada pelo processamento da câmera na geração dos arquivos .JPG. Com isso, o fotógrafo poderá trabalhar neste arquivo aplicando-se os ajustes conforme seu desejo, tais como foco, luminosidade, balanço de branco, etc.
Tais arquivos possuem geralmente um tamanho grande, e sua estrutura (e até mesmo a extensão do arquivo) varia em função do fabricante. Eles não podem ser visualizados por qualquer aplicativo gráfico. No entanto, a maioria dos aplicativos específicos para o tratamento de imagens possibilitam sua abertura e edição dos parÂmetros, permitindo-se que seja gravado um arquivo com a extensão .JPG, por exemplo, de acordo com os ajustes efetuados.
É muitas vezes chamado de "negativo digital" pois é equivalente a um filme negativo na fotografia analógica, ou seja, o negativo não é usável como uma imagem, mas contem todas as informações necessárias para criar uma. O processo de converter uma imagem crua para um formato visível é muitas vezes chamado de revelação de imagem raw.
O formato é aceito pela justiça brasileira como prova em um tribunal.
A maioria das câmeras que geram arquivos .RAW possui uma opção de geração de cópia em arquivo .JPG.
Programas para tratamento das imagens
Existem diversos programas que permitem a realização de ajustes em arquivos de imagem. O Photoshop é o mais conhecido. Com estes programas pode-se melhorar a qualidade de uma foto tirada com erro de exposição, por exemplo, aumentando-se seu brilho ou contraste. Pode-se ainda aumentar a nitidez, retirar objetos indesejáveis na foto, corrigir distorções nas linhas de perspectivas de construções, corrigir a cor em olhos vermelhos, reduzir a resolução da foto, corrigir fotos feitas com horizonte torto, etc.
Há também programas para catalogar as fotos, facilitando sua pesquisa futura. Muitos usuários gravam suas fotos digitais em diretórios nos seus computadores, sem um registro de dados associados, o que complica sua pesquisa futura. Estes programas (há também sites na internet para isso) associam campos a cada foto, sendo que o usuário deve cadastrar nestes campos informações como título da foto, local, assunto, etc. E permitem a geração de pesquisas por estes campos, facilitando encontrar uma foto desejada.
Outro tipo de programa bem útil é o que gera slide show. São informados para este tipo de programa uma série de fotos (de um casamento, por exemplo). O programa então permite a gravação em CD-ROM ou DVD de um programa especial que mostra as fotos automaticamente em sequência (o tempo de visualização de cada foto normalmente é programável), incluindo efeitos visuais na passagem de uma foto para outra, música de fundo, textos para cada foto, etc.
Técnicas e dicas
Gravação de arquivos
Quando se trabalha com arquivos de extensão JPG é interessante saber que ao salvar um arquivo deste tipo deve-se selecionar um grau de compactação. Informando-se menos de 100% o arquivo é compactado a cada vez que é salvo. Pode-se perder a qualidade após algumas gravações.
Armazenamento
Na tecnologia convencional basta armazenar corretamente os negativos (ou positivos) para garantir a possibilidade de geração de cópias futuras. Na tecnologia digital é necessário criar cópias de segurança (backups) dos arquivos de imagem armazenados. A forma mais usual e com um ótimo custo-benefício é gravar cópias dos arquivos em DVD ou HD Externo. Convém ressaltar que um DVD pode danificar com o uso, impedindo a leitura futura de um determinado arquivo de imagem gravado. Neste caso pode-se recorrer à gravação de um mesmo arquivo em mais de um DVD, ou até mesmo armazenar os arquivos do backup em algum provedor de internet seguro.
Equilíbrio do branco
O filme fotográfico e o sensor digital são desenvolvidos para responder a uma faixa estreita de luz, tipicamente neutra, na faixa do meio-dia. As máquinas digitais possuem um recurso conhecido como equilíbrio de branco (white balance), que permite o controle da resposta de luz em suas diversas faixas. Dependendo da condição de iluminação pode-se selecionar algumas opções padrões, ou até mesmo programar uma nova, nas câmeras mais avançadas. As opções mais comuns são os modos automático, dia, fluorescente e tungstênio. Assim, se a câmera for utilizada em ambiente com luz fluorescente, é conveniente selecionar este modo de equilíbrio de branco na câmera. Neste caso as áreas brancas na cena sairão próximas ao branco natural na foto final. Caso não se utilize este recurso o branco sairá com outra tonalidade, que dependerá das condições de luz do ambiente. No modo automático a câmera seleciona a configuração de acordo com o ambiente. O fotógrafo poderá "brincar" com este ajuste, e verificar o resultado no monitor, gerando imagens com tonalidades interessantes. Ressalto que em alguns casos é necessário desativar este equilíbrio de branco como por exemplo em fotos de pôr-do-sol, onde a temperatura de cor é próxima à luz de tungstênio. O equilíbrio de branco nestes casos poderá excluir da foto final nuances de cores característicos deste momento.
Em câmeras convencionais este tratamento é feito através de uso de filtros ou até mesmo de filmes específicos para cada situação (ver aula 7 do curso para maiores detalhes sobre o uso de filtros).
Esta versatilidade das câmeras digitais proporciona uma liberdade maior na iluminação de estúdio, que poderá ser utilizada em conjunto com o controle de equilíbrio de branco, tornando o controle da luz mais facilitado.



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