quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Curso de Fotografia - Aula 02 - Enquadramento e Composição

Aula 02 - Enquadramento e Composição 

Respostas das questões da Aula 01:
1) E  2) C  3) A  4) D  5) D


Quando batemos uma foto, devemos sempre ter em mente seu resultado final esperado, experimentando ângulos que registrarão a foto da melhor maneira possível, de acordo com o objetivo da foto. Portanto, antes de bater uma foto, experimente algumas posições diferentes, afastando ou aproximando a câmera do objeto, deslocando à esquerda ou direita, alterando o ângulo, etc.

Existem algumas regras básicas que auxiliam na obtenção de um enquadramento correto. Nosso cérebro realiza algumas compensações quando recebe uma informação visual, diferentemente da câmera, que registra o que recebe sem ajustes. Um exemplo típico ocorre quando vemos uma pessoa de cima, através de uma janela, por exemplo. Apesar de estarmos acima, não vemos nada distorcido. Mas se tirarmos uma foto nesta situação, a cabeça da pessoa aparecerá na foto grande demais em comparação com as pernas.

Existem áreas em uma foto que chamam mais atenção ao olhar humano. Uma das regras de composição de uma boa foto é observar as linhas de composição e pontos que são mais atraentes, fazendo com que a foto seja mais agradável de ser vista.

Numa foto retangular, estes pontos são identificados pela interseção das linhas abaixo:
 


Isto significa dizer que os elementos de maior interesse da foto devem ser colocados nestes pontos, os chamados pontos de ouro. É a chamada regra dos terços: dividimos a foto em terços horizontais e verticais, sendo os pontos obtidos nas interseções das linhas. Antes de bater uma foto, podemos utilizar esta regra mentalmente, de forma a distribuir melhor os objetos da cena. Veja a foto abaixo, tirada utilizando esta regra:
 


Foto 03
Local: Serra da Tiririca - Niterói - RJ
Máquina: Zenit 122

Outro cuidado que devemos ter é em relação ao horizonte. Veja a foto abaixo:
 


Foto 04
Local: Praia de Charitas - Niterói - RJ
Máquina: Zenit 12XP

Observe que o horizonte está certo, sem inclinações. Um horizonte torto pode estragar completamente uma foto. Este é um erro que pode ser facilmente evitado prestando-se atenção na linha do horizonte antes de apertar o click.

Esta atenção deve também ser tomada em fotos onde há uma linha de horizonte imaginária, conforme figura abaixo. Nesta foto, a grama sugere uma linha de horizonte:
 


Foto 05
Local: Canaan - Connecticut - EUA
Máquina: Nikon N50
Objetiva: Nikor 35-80

Ainda em relação ao horizonte, devemos aplicar a regra dos terços posicionando-se o horizonte em cima da primeira ou da segunda linha horizontal. A escolha de uma ou outra recairá conforme a intenção da foto. Se, por exemplo, quisermos evidenciar as nuvens do céu, deveremos posicionar o horizonte na primeira linha, ou seja, acima do meio da foto. Em caso contrário, devemos posicionar o horizonte na segunda linha, abaixo do meio da foto. Posicionar o horizonte exatamente no meio da foto geralmente causa uma sensação de "desequilíbrio", a qual deve ser evitada, a não ser que o fotógrafo queira passar esta sensação ao leitor da foto. Na foto número 04, por exemplo, o horizonte está bem no meio, mas existem elementos bem distribuídos na foto (morro, barco, sol, e o reflexo do sol no mar) os quais transmitem uma sensação de equilíbrio e a tranquilidade que um fim de tarde na praia pode proporcionar.

Na foto abaixo, a linha do horizonte está abaixo da linha central da foto, evidenciando o céu:
 


Foto 06
Local: Fernando de Noronha - PE
Máquina: Zenit 12XP

Já na foto abaixo, a linha do horizonte está acima da linha central da foto, evidenciando a transparência da água do mar de Búzios:
 


Foto 07
Local: Praia da Tartaruga - Búzios - RJ
Máquina: Nikon N50
Objetiva: Nikor 35-80

É óbvio que dependendo do objetivo que se queira dar à foto, estas regras poderão não ser adequadas. Portanto, uma foto estará certa quando representar a intenção do fotógrafo. Por exemplo, se o fotógrafo quis dar uma inclinação na linha do horizonte segundo um objetivo definido, a foto estará certa. Se a inclinação foi acidental, então a foto estará errada.

Devemos também ousar no enquadramento, procurando ângulos que registram objetos de uma forma diferente, ou seja, a foto precisa ter um interesse especial, que a diferencie das demais, como a foto do Cristo Redentor abaixo, onde foi procurado um ângulo diferente:
 


Foto 08
Local: Corcovado - RJ
Máquina: Minolta freedom compacta

Devemos sempre observar o fundo da foto. Quando queremos registar um elemento em destaque (pessoas, animais ou coisas), o fundo da foto não deve conter muitos elementos secundários (fundo "poluído"), que desviarão o assunto principal. A foto abaixo, além de estar com o horizonte torto, não registrou bem o ultraleve, pois há muito elementos no plano do fundo que interferem na leitura. A solução neste caso seria aguardar que o ultraleve subisse um pouco de forma que o fundo passasse a ser o céu. Mas, em fotografia, às vezes é melhor registrar uma foto ruim do que perder a oportunidade de registrar. Eu estava em outro ultraleve e não poderia aguardar pelo momento certo. Acabei batendo a foto assim mesmo. O horizonte ficou torto pois é difícil ter firmeza no click dentro de um ultraleve!
 


Foto 09
Local: Natal - RN
Máquina: Zenit 12XP

Outra dica é incluir na foto algo que crie uma sensação de três dimensões. Na foto abaixo, a passarela direciona o olhar do leitor para dentro da foto, criando um interesse maior quando a vemos.
 


Foto 10
Local: Museu de Arte Contemporânea - Niterói - RJ
Máquina: Zenit 122

Quando fotografamos um elemento em movimento, deve-se prestar atenção quanto a sua posição na foto. Normalmente, olhamos a foto da esquerda para a direita. Portanto, quando queremos registrar um elemento em movimento da esquerda para a direita, como na foto abaixo, é interessante registrá-lo no início da foto (à esquerda). Isto irá gerar um interesse maior na foto, pois imaginaremos o caminho que o elemento ainda vai percorrer, ou seja, teríamos a sensação de um movimento completo. Se o barco fosse clicado no final da foto (à direita), a sensação que teríamos, provavelmente, é de que o fotógrafo demorou demais para bater a foto, ou que o movimento está no final, gerando um desinteresse pela foto.
 


Foto 11
Local: Búzios - RJ
Máquina: Nikon N50
Objetiva: Nikor 35-80

E, por último, devemos prestar bastante atenção quando fotografamos pessoas para não cortar braços, cabeças e pernas sem esta intenção. Basta ter calma e cuidado na hora do enquadramento.

0 comentários:

Postar um comentário